segunda-feira, abril 23

Poesias de uma tarde qualquer

ATOR


Somente um ator somente um hipócrita
Lendo livros cultos, ouvindo musica boa.
Persuadindo sua alma a roubando de si
Invadindo e mentindo como um viciado.
Somente um personagem, persona não grata pra si

Roupas olhares, poses, tudo exterior.
Vontade ele tem de ser simples calmo e sereno
Acordar cedo, sorrindo, apreciar a manhã beijar seus filhos.
Mas a imagem domina a persona é mais forte
Somente um ator somente um hipócrita
Diluindo sua alma, sendo quem nunca foi.
Tentando impressionar um mundo que nunca o viu atuar.



FALSO MARGINAL

Do seu quarto escreve palavras sujas carregadas de marginalidade
Em outro cômodo seus país fazem sexo e discutem as contas
Sobre o efeito do café, escreve sobre cocaína, putas, e ruas sujas de urina.
Mas não sai de casa, e seu cobertor é quente.
Nunca sentiu o frio de uma madrugada cobrando seu preço
Nunca vomitou no chão de um puteiro
Nunca ficou olhando pro  lados com medo do traficante e da policia
Você não aguentaria uma bad, não suporta nem comer demais
Fica quieto  toma o suco que sua mãe fez, faça sua oração
E aproveita essa sua vida que milhares jogados nas calçadas queriam ter


UM DEMÔNIO POETA

Foda se toda sua inspiração poesia é coisa de desocupado
Gaste sua energia, e seu tempo trabalhando enriquecendo alguém.
Você não precisa de alma, seu corpo é o suficiente para o trabalho.
Pare de escrever essas merdas sobre sentimentos, amores, sentimentalismos baratos.
Nada disso paga suas contas, coloca comida em sua mesa, poesia, não enchera sua conta bancaria.
Eu sou um demônio sujo cruel e realista grito nos seus ouvidos pare de escrever
Você apenas precisa acordar cedo e trabalhar, trabalhar muito comprar, gastar.
Eu venho toda noite roubar suas preces antes de chegarem a algum deus
Você não é um ser lírico, é apenas carne, apenas alguém que precisa pagar contas.
Foda se sua inspiração.