terça-feira, maio 3

Sobre amor e desamor paterno.


Observando minha filhinha de quatro meses, dormindo em seu bercinho, no silencio da madrugada, aonde considero um dos raros momentos que podemos ouvir nossos pensamentos sem barulhos paralelos, começo a refletir sobre alguns fatos de minha vida e posteriormente sobre o rumo que os sentimentos humanos estão tomando, desde o momento em que eu e minha esposa tivemos a noticia que um bebe chegaria, um sentimento de amor gratuito e incondicional brotou em nossos corações sem que, tenhamos feito nada pra que isso aconteça, simplesmente brotou como uma semente boa, que tem a capacidade de crescer e se agigantar a cada segundo, se transformando em uma arvore de raízes profundas com sua copa chegando até os altos céus simbolizando a atmosfera de amor divino que esse amor representa.
Porem quando saio desse estado de quase extasse emocional, me deparo com uma realidade muito diferente ao meu redor vejo pais e filhos demostrando um sentimento hostil, e muitas vezes odioso um para com o outro, escutamos noticias de filhos que matam os pais, por dinheiro, pais que matam os filhos guiados por sentimentos doentios de relacionamentos malditos, pessoas estão constantemente abandonando crianças nas latas de lixo, ou abortando como alguém que tira um tumor maligno de si. Observo a cada dia, pessoas se tornando mais frias, egoístas, sínicas, muita delas ainda se declarando cristãs e piedosas é claro que para cada consequência dessas temos uma causa primaria, pessoas que não receberão amor não são capazes de doar amor, outras que gerarão sem sentimentos, aquelas crianças que foram frutos de uma boa transa, mas sem amor, também são rejeitadas por serem associadas a um castigo que a pessoa terá de carregar pela vida toda sem troca apenas de uma transa, que às vezes nem foi tão boa assim, ou partindo para um lado mais extremo as vitimas de estupro, que engravidam é um índice muito baixo porem não descartado, enfim os motivos para uma mãe ou pai rejeitar uma vida são vários na visão egoísta dos mesmos, temos também, aqueles casos em que os filhos se tornam verdadeiros inimigos dos pais chegando a desejarem sua morte, quando é apenas um conflito passageiro de gerações ainda é corrigível, porem quando evolui para a vida adulta pode causar feridas incuráveis.
A impressão que tenho é que esse processo de degradação humana, e desamor familiar só tende a crescer a cada dia mais, seres humanos sendo fabricados como objetos descartáveis, e jogados em covas existenciais cada dia mais profundas, dentro do meu ser, sinto que o sentimento de amor incondicional pela minha filha nunca se apagara, e o motivo não é externo, não tem a ver com minha relação com a mãe dela, ou com qualquer outro fato, o motivo é interno, é como eu disse incondicional, sem condição estabelecida, simplesmente é, não consigo imaginar isso um dia se convertendo em raiva, ou ódio, apenas amor, mesmo que a vida me traga surpresas, mesmo que ela tome caminhos opostos as minhas convicções e princípios, e esforçarei até o fim, para que a ensine no caminho que deve andar, e quero acompanha-la no caminho, sempre a amando, meu convite a qualquer um que leia esse simples texto, sem nem uma intenção poética, é que comece a enxergar seus filhos, seus pais, seu próximo, com um olhar de amor, independente dos fatores externos, ali há uma vida, uma alma, que foi colocada ao seu lado, com um proposito, mesmo que seja apenas com o proposito de te fazer alguém melhor.

"E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. "
Jesus Cristo.


Um comentário:

  1. Parabéns pelo ótimo texto! Esse sabado fui num show do legião cover!! tudo a ver Gostei muito, você consegue dispor os fatos de forma que prende o leitor! Estou te seguindo...Se te interessares, dá uma olhada! heitorpergher.blogspot.com! abraço

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